sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
O Deserto
domingo, 5 de dezembro de 2010
Espiritualidade do Natal: Significado Maior da Festa
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
COMUNIDADE
b) estimula novos esforços
c) desperta o senso de responsabilidade
d) garante que as necessidades reais sejam atendidas
g) é fator de conscientização
A avaliação participativa é a etapa fundamental de todo o processo participativo. Participar é, pois:
a) ação conjunta
b) ponto de partida
c) senso de responsabilidade
d) garantia de atendimento às necessidades
e) valorização de conhecimento e competencia
f) mais confiança e menos dependência.
BARRETO, Adalberto de Paula. Terapia comunitária passo a passo. Fortaleza: Grafica LCR, 2005.
domingo, 22 de agosto de 2010
Morrer
Pobres, protagonistas e sujeitos da história
Folclore poético latino-americano
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
A Missa , Imagem do Processo Escatológico do Mundo
terça-feira, 10 de agosto de 2010
domingo, 8 de agosto de 2010
Da morte para a VIDA
No local da morte de padre Ezequiel
No dia 25, bem cedo, saímos em caravana (dois ônibus e alguns carros) para o município de Rondolândia - MT, paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, mais especificamente na comunidade Pe. Ezequiel Ramin, localizada a uns
A comunidade reunida nos acolheu com muita alegria, pois a mesma estava em festa neste dia. A Eucaristia foi presidida por Dom Bruno e concelebrada por um grupo de padres. Na mesma se fez a memória da entrega da vida e do derramamento do Sangue de Pe. Ezequiel Ramin.
A comunidade está muito comprometida no seu testemunho de vida a partir do martírio de Pe. Ezequiel Ramin e são, ao mesmo tempo, testemunhas da sua santidade. A comunidade foi fundada ha uns onze anos. Depois da celebração e de um gostoso almoço fomos ao local onde está colocada uma grande cruz como memória do martírio do Pe. Ezequiel Ramin, a uns três quilômetros da comunidade. Ali foi feito um momento de oração e a bênção da mesma pelo bispo.
Dai saímos caminhando em direção ao local do assassinato, uns trezentos metros de onde está a cruz, pois ali até hoje os donos da fazenda Catuva não permitem que se coloque nenhum sinal. Ali rezamos, cantamos e invocamos a proteção do Santo Pe. Ezequiel Ramin. Foi um momento muito bonito de louvor e agradecimento, um momento de retomar o compromisso de lutar pela vida como fez Pe. Ezequiel Ramin. Ali terminamos a celebração dos 25 anos do martírio da Vida de Pe. Ezequiel Ramin.
A certeza se reforçou: ele continua vivo!
Todos estes momentos de celebração foram verdadeiramente momentos de ação de graças, de louvor e de oração. Todos estes momentos confirmaram isso: Pe. Ezequiel Ramin deu a vida, derramou o seu sangue pela vida de outros, dos posseiros, indígenas, os pobres, como ele mesmo disse: “Se a minha vida lhes pertence, também lhes pertencerá a minha morte”. Voltamos para casa com a certeza de que Pe. Ezequiel Ramin está vivo no meio de nós e em muitas comunidades cristãs, como também nos centros de Direitos Humanos, Escolas, Comunidades, Ruas, Avenidas, Bairros, Praças e Centos Comunitários.
A celebração dos 25 anos aconteceu também em muitos outros lugares do Brasil: São Paulo, Curitiba, Indaial-SC, São José do Rio Preto-SP, Salvador, Carapina - ES, Nova Contagem-MG, São Mateus-ES, Fortaleza, Porto Velho, Santo Antônio do Matupi-AM, Manaus, Boa Vista, Duque de Caxias, Maranhão, Piauí e lembrado também em muitas das nossas comunidades.
A memória de Pe. Ezequiel Ramin foi lembrado também na Assembleia da Conferência dos Religiosos do Brasil.
“Desejamos que este exemplo continue ajudando-nos a viver o nosso compromisso missionário sempre atentos ao grito dos mais pobres. A lembrança de Pe. Ezequiel Ramin será, com certeza, para a Família Comboniana presente no Brasil e para todo o Instituto uma ocasião para agradecer, mas também para renovar o nosso desejo de consagrar toda a nossa vida ao serviço do Evangelho, comprometendo-nos na construção de uma humanidade mais fraterna e justa.
Agradecemos uma vez mais, junto com vocês, o dom de Pe. Ezequiel Ramin e desejamos que a sua lembrança seja mantida na Igreja do Brasil e no nosso Instituto como uma figura que nos desafia a viver sempre com mais profundidade a nossa vocação missionária.
Pedimos que o sangue de Pe. Ezequiel Ramin, derramado em terra de missão, se transforme em semente de muitas vocações missionárias e em vida nova para todos os cristãos que estão caminhando e se comprometem na construção de uma Igreja onde se vive os valores do amor e da justiça, e onde todos sejam reconhecidos como filhos e filhas de Deus” (Carta Superior Geral MCCJ).
O nosso muito obrigado a Dom Antonio Possamai, à Diocese de Ji-Paraná na pessoa de Dom Bruno Pedron, ao Projeto Pe. Ezequiel Ramin, à escola de Teologia Pe. Ezequiel Ramin, aos padres da paróquia Sagrada Família de Cacoal e aos representantes da mesma na sua dedicação e serviço para que esta memória continue viva.
Obrigado aos combonianos e Irmãs Combonianas e Leigos Combonianos. Obrigado a todos os que participarem das várias celebrações.
Obrigado também ao Antonio Ramin e ao grupo da Diocese de Pádua.
Que o Sangue derramado de Pe. Ezequiel Ramin nos confirme no nosso serviço missionário em favor da vida “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
(Pe. Alcides Costa, missionário comboniano)
quarta-feira, 31 de março de 2010
Aos 30 anos do martírio de São Romero
Trinta anos se passaram daquela Eucaristia plena na capela do “Hospitalito”. Naquele dia nosso santo nos escreveu: “Nós acreditamos na vitória da ressurreição”. E muitas vezes, disse ele, profetizando um tempo novo, “Se me matam ressuscitarei no povo salvadorenho”. E, com todas as ambiguidades da história em processo, nosso São Romero está ressuscitando em El Salvador, em Nossa América, no Mundo.
Este jubileu tem de renovar em todos nós uma esperança, lúcida, crítica, mas invencível. “Tudo é Graça”, tudo é Páscoa, se entrarmos a todo risco no mistério da Ceia partilhada, da Cruz e da Ressurreição.
São Romero nos ensina e nos cobra que vivamos uma espiritualidade integral, uma santidade tão mística quanto política. Na vida diária e nos processos maiores da justiça e da paz, “com os pobres da terra”, na família, na rua, no trabalho, no movimento popular e na pastoral encarnada. Ele nos espera na luta diária contra essa espécie de “mara” monstruosa que é o capitalismo neoliberal, contra o mercado onímodo, contra o consumismo desenfreado. A Campanha da Fraternidade do Brasil, ecumênica este ano, nos recorda a palavra contundente de Jesus: “Vocês não podem servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro”.
Respondendo àqueles que na Sociedade e na Igreja tentavam e tentam desmoralizar a Teologia da Libertação, a caminhada dos pobres em comunidade, esse novo modo de ser Igreja, nosso pastor e mártir replicava: “Há um ‘ateísmo’ mais próximo e mais perigoso para nossa Igreja: o ateísmo do capitalismo quando os bens materiais se erigem em ídolos e substituem a Deus”. (...)
Sempre e cada vez mais, quando maiores sejam os desafios, viveremos a opção pelos pobres, “a esperança contra toda esperança”. No seguimento de Jesus Reino adentro. Nossa coerência será a melhor canonização de “São Romero da América, Pastor e Mártir”
Fonte: http://afonsomurad.blogspot.com/
Teologia, um saber amoroso
A teologia não é um saber neutro, no qual o sujeito cognoscente se distancia com frieza matemática do objeto que pretende conhecer. Aliás, este próprio conceito de “neutralidade científica” está em crise, desde que um grupo significativo de pensadores afirmou que o olhar do observador influencia o resultado da observação, a começar do campo da microfísica e das estruturas moleculares. É parte intrínseca da teologia sua finalidade de levar o(a) teólogo(a) e a comunidade eclesial a conhecer o Deus-Amor. Ora, conhecer o Amor significa deixar-se amar, deixar-se tocar, aceitar ser iluminado por uma luz que não vem de si próprio (Sl 36,9). E ao experimentar o amor de Deus, amá-lo mais e, no Seu amor, amar a todas as suas criaturas (cf. 1 Jo 4,8). Se levarmos às últimas conseqüências a afirmação joanina de quem “quem ama conhece a Deus”, consideraremos que, no mínimo, o amor é a fé em potencial, ainda não plenamente manifestada.
Isso significa ainda que a teologia é simultaneamente uma reflexão sobre o amor (ágape-logia), que deve levar o ser humano a ser mais apaixonado por Deus e seu projeto salvífico em relação à humanidade e ao cosmos. A linguagem mais adequada para se aproximar deste mistério fontal, comporta algo específico. A teologia cristã, desde os princípios, vive a tensão entre poder falar de Deus, pois Ele mesmo se revelou (dimensão katafática), e reconhecer que todo discurso sobre o Senhor não consegue abranger a grandeza e a profundidade do Divino (dimensão apofática).
Porque é um falar sobre o Amor, a partir do Amor e visando fazer o ser humano mais amoroso, a teologia não pode lidar somente com conceitos. Toda a história da teologia no ocidente, especialmente a partir da escolástica, levou a uma grande conquista: refletir de Deus com conceitos abalizados. É algo irrenunciável para realizar a tarefa de “dar razões para nossa esperança”. Mas a teologia necessita também recorrer à história de Deus nas vidas das pessoas (caráter testemunhal) e lançar mão das analogias e da linguagem poética. Só assim, numa pluralidade de linguagens e abordagens, deixar-se-á tocar pelo mistério amoroso de Deus.
Não se trata novamente de compartimentar a teologia, reservando somente para a espiritualidade a dimensão amorosa da teologia; para a moral seu aspecto ético; e para as outras disciplinas seu caráter racional. Toda e qualquer disciplina teológica precisa estar embuída de espiritualidade, pois é um discurso que leva a conhecer e deixar-se conhecer por Deus, viver em intimidade com o Senhor, amá-lo e servi-lo. Comporta também uma dimensão ética, pois o serviço a Deus e ao seu Reino se visibiliza nas relações interpessoais e nas estruturas culturais, sócio-políticas e econômicas.
Quando se afirma que a teologia é um discurso amoroso sobre Deus, leva-se em conta que o afeto é componente essencial desta forma específica do saber. No entanto, isso não significa fideísmo, ou um discurso religioso ingênuo e adocicado pelo pietismo. A teologia não pode abandonar a coerência dos conceitos, o necessário uso da razão, de forma crítica e construtiva, e a articulação com os outros saberes humanos. Enquanto exercício da razão iluminada pela fé, é o amor lúcido, o amor pensante. Fazer teologia exige tanto o distanciamento crítico da razão quanto o envolvimento amoroso da fé. Desta tensão salutar emerge o diferencial da teologia.
É bom sinal quando um instituto de teologia, ao fazer sua avaliação anual com os alunos e professores, se pergunta: em que sentido a aprendizagem da teologia nos ajudou a conhecer, amar e servir melhor a Deus e a seu Povo. Em que aspectos auxiliou a peregrinação espiritual dos professores e dos alunos? Uma das tentações mais fortes de qualquer forma de saber, inclusive da teologia, é levar à auto-suficiência, nutrindo o orgulho e a vaidade. A lógica sutil consiste em: “porque sei mais do que os outros, sou melhor do que eles”. Assim, o conhecimento racional ocupa o lugar do conhecimento intuitivo e teologal (conhecer a Deus, ao viver a fé, a esperança e a caridade) e parece dispensá-lo. Na realidade da comunidade eclesial, os dois se completam. O (a) teólogo(a) é intérprete não somente dos dados teológicos da Escritura, na corrente da Tradição viva de sua Igreja, mas também das manifestações atuais da fé, na sua beleza e ambigüidade.
Fonte:http://casadateologia.blogspot.com/search/label/Teologia%20saber%20amoroso