quinta-feira, 2 de julho de 2009

ESPERANÇA

O ser humano, tanto em escala individual como em escala social, é constitutivamente esperante, futuroso: "Dum spiro, espero". Enquanto houver vida, haverá esperança. Nós, os crentes, somos esperançosos por definição. A esperança cristã nao existe para si mesma, mas para o mundo. O Deus cristão é por excelência, o "Deus da Esperança": uma esperança que ele outorga a nós, os crentes, "por força do Espírito", para que "nela transbordemos de alegria ", isto é, para que possamos comunicá-la junto com "toda alegria e paz" (Rm 15, 13; Rm 4, 18, Mc 10, 27). Portanto, a tarefa de recuperar a esperança num mundo confinado nao é uma espécie de hobby ao qual nós, cristãos, possamos dedicar-nos, quando bem quisermos. Por conseguinte, essa tarefa faz parte de nossa condição de testemunhas do Evangelho, sendo nosso honroso dever. O amor e a esperança são inseparáveis. O vínculo que possibilita a união dos dois é a fé. Fé, amor e esperança não são virtudes autonomas. Antes de tudo, sao dimensões da atitude complexiva do ser humano que acolheu o dom de Deus e, por isso, é a nova criação, existência agraciada. portanto, nao se pode crer em Deus sem abandonar confiantemente a seu amor (amor que Deus é); e que a fé importa o momento da adesão, não são só assentimento; que o ser humano só pode ligar-se pessoalmente àquele em quem confia; e que só pode confiar naquele a quem ama.
fonte: Juan Ruiz de la Pena. Criação, Graça e Salvação. São Paulo: Loyola, 2oo2.

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